quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Toma e embrulha !

Viver em minha casa é uma agitação completa. O pequeno S. acorda com uma energia e baterias carregadas e começa ao segundo a fazer perguntas, ás quais o meu cérebro não responde de imediato.

Hoje por exemplo, assim que abriu os olhos disse: eu deixei o meu presente ao pé do presente da mãe, posso abrir? Já é Natal? Hoje vou à escola? Vou à Xananda? O meu sapinho?.... isto em menos de um minuto, mal eu tinha tirado os pés da cama. É dose....

Mas enganem-se se acham que isto acalma.....nada disso, só tem tendência a piorar.

O meu filho deve ter nos seus genes/adn alguma coisa de CIA ou PIDE, pois o interrogatório é muito grande e até eu me sinto intimidada.

Ora se o cérebro dele trabalha a 100% no 1.º segundo em que abre os olhos, o meu é o totalmente o inverso e tal como aconteceu hoje saem da minha boca "grunhidos".

E começa o diálogo:

- Mãe blá blá blá blá?
- Sim blá blá blá

- Mãe blá blá blá?
- Sim blá blá blá?

- Mãe?
- Hummmmmm?

-Mãe?
-Hummmmmm?

-Mãe, poque tás a falar assim comigo? Parece um búfau ou uma vaca, hummmm hummmm!

TOMA E EMBRULHA!!!!!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O que faz falta é animar a malta!

As férias grandes já lá vão, mas isso não nos impede de viver cada fim-de-semana com grande intensidade.

São momentos de alegria e partilha que não dispenso. Se antes já achava que nos íamos divertir a fazer estes programas, agora que ele já dá valor e tem "tino", tive a confirmação.

Durante as féria fomos fazer uma visita ao zoo. Do que ele gostou mais: dos búfalos (cabras), do guincho que estava na Baía dos Golfinhos, do comboio que por lá anda e do teleférico. Ainda deu um ar de sua graça pelos macacos, mas quem o queria ver era a correr livremente pelo jardim fora. É bom ser criança.





No passado fim-de-semana arriscamos fazer pão num workshop aqui bem pertinho de casa da Quinta Pedagógica Armando Villar (http://quintadovillar.com/). Confesso que estava um pouco apreensiva quanto à prestação do pequeno S. pois estar parado durante muito tempo pode dar para o torto, e sendo curioso como é, quer ver, mexer, faz muitas perguntas e quem o viu parecia um menino crescido. E não é que ele tem mesmo jeitinho para a coisa? O pão estava mesmo bom.  Vai um pãozinho oh freguês?









sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A crise...

Para o pequeno S. o ter de deixar de ficar com a sua bisavó "Xananda" foi o caos.

Naquela cabeça não conseguia perceber que um dia teria de ir para a escolinha e deixaria de passar os dias no "faço tudo quanto quero e posso" e correr em liberdade ou brincar a tudo quanto queria.

A bisavó lá lhe explicou que não podia ficar com ele porque tinha de ir trabalhar e ganhar tostões. Mas de salientar que a bisavó disse que estava a trabalhar naquela casa mesmo ao lado da escola.

O que eu achei que para ele seria uma grande história e não acreditava, hoje percebi que ele a levou mesmo a sério, quando me pergunta olhando para a tal casa:

- A avó Xananda trabalha aqui nesta casa não é mãe? E depois vai buscá-me não é?

- É sim meu filho....

A inocência tem destas coisas.

Boa 6.ªfeira 13!!!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Fazer "Pendant"

Já toda a gente percebeu que de blogger tenho pouco ou quase nada e que isto acaba por ser mais um diário de bordo ou diário da minha vida e dos acontecimentos que mais me marcam.

Mas analisando bem a coisa se calhar até nem fico nada atrás de muitos blogs que para aí andam e que se dedicam a mostrar coisas assim meio "tontas".

Tomemos por exemplo o Blog da Carlota... aquela senhora deve levar o dia a vestir-se e a despir-se para as produções fotográficas, assim como com a idade dela continua a brincar ás bonecas com a filha de tanto que a veste e despe também. Para além disso gosta de mostrar todas as roupas que compra, os sapatos, as malas, os acessórios, enfim tanta coisa a meu ver banal e que nada acrescenta aquele cérebro de mãe.

Tomemos como exemplo o regresso ás aulas. A senhora dona Carlota está farta de publicar os conjuntinhos que  devemos vestir aos nossos filhos, os sapatinhos da moda. pergunto-lhe eu se é mais importante a parte exterior do que levamos para a escola vestido ou o que a criança está a sentir, o que estamos a fazer para a ajudar. É bem verdade que nem todos os meninos e meninas choram ou fazem birra, mas passam por um qualquer sentimento. Mas não aposto que vai publicar as fotos das roupinhas que usou no primeiro dia de aulas.

Que ela tem sucesso tem, mas o mundo dela é feito destes "adornos" e passa.lhe ao lado certamente que há muitas crianças que nem sequer conseguem ir à escola, outras que nem sequer comem em casa uma refeição decente... e isto revolta-me tanto, o ter os pintelhos todos a condizer uns com os outros senão não é fashion.

A menina é uma super filha que não verte lágrimas é super social e ficou logo integrada no "Clégio" com os "migos" que máximo páhhhh. Penas ter de levar a tshirt do "clégio" vestida, mas a saia de ganga é do mais in que há e os sapatos os da moda. Não foram tão fofas para a escola? Eu achei o máximo. E ainda ficou por ali a ver e correu uma lágrima, e depois desabou dentro do seu mega carro fashion....já não deve ter conseguido comer a ervilha prevista para o almoço coitadinha. OH Meu Deus que drama a vida desta senhora....que coitadinha está muito ocupada em preparar mais um grande evento....que chatice pah.

Depois ainda as Pêpas e as Popotas e os blogs de moda, há um daquela senhora que até agora foi mãe recentemente e está sempre a falar do que devemos ou não devemos vestir. Esta gente sabe que nem todos nós conseguimos estar sempre fashion? Que não é fácil poder comprar todos os dias uma "rupinha" da última geração...há quem nem sequer tenha o que vestir quanto mais.

Isto até pode parecer inveja, mas não. São apenas valores. Lógico que gostava de poder ter mais dinheiro para poder dar outras coisas a mim e aos meus, mas penso que há outras coisas bem mais importantes. E se há apenas um pão para comer? Não podemos tornar isso um momento de partilha?

Também há quem não tenha e finja que tem....mas dentro do convento sabe-se lá o que para ali vai.

Gosto de pessoas inovadoras, com garra, com ideias próprias e cujos blogs são bem mais fixes e são fruto do seu trabalho. Sigo alguns blogs /páginas que gosto e vou descobrindo, o http://criacoescaseiras.blogspot.pt/ da Ana Caseiro, que tem coisas importantes e dicas porreiras; para quem quiser ainda pode dar um olho no outro projecto da Ana .... a ANIS http://anis.pt/site/; a Filipa Castro também criou a Miniu e está a criar umas coisas fofas fofas  https://www.facebook.com/Miniumixandmatch , depois há uns quantos de culinária (uma daquelas artes que eu não domino totalmente mas que gosto), e mais e mais e mais.

Amigos, vamos lá fazer pela vida, que este post não me vai pagar o ordenado no final do mês....LOL

BJS

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Um dia ele não vai chorar...


Um dia ele não vai chorar e hoje foi o dia, ou quase que não chorou vá.

Acordou cedo logo com lágrimas a dizer com voz trémula "não qué i pá escuoinha mãe".

Depois de um fim-de-semana de muita brincadeira e tempo a dois, seria de esperar que este novo regresso iria ser o voltar à estaca zero.

Ontem foram lágrimas e mais lágrimas e ao longe ouvia esta música como banda sonora



Esta música é de facto de ir ás lágrimas, ainda bem que este senhor nunca mais se lembrou de editar mais nenhuma música.

E lá fomos nós estrada fora, atravessando Cascais que ainda dorme (excepto quem já está à porta das finanças e da loja do cidadão). Estacionamos o carro e eis que oiço: "Hoje num vou xoar mãe tá bem?".

Se está bem? Meu filho está óptimo, que orgulho em ti que em poucos dias na tua cabeça percebeste que ir à escola não é um acto de abandono, e que em poucas horas estaremos todos juntos. Como eu te amo cada vês mais. Fico feliz por ti e por saber que estamos em sintonia.

E quando virei as costas oiço as "irmãs" a dar-te um elogio e a bater palmas pelo teu feito heróico.

Orgulho, orgulho, orgulho.... logo vou dar-te mais umas valentes beijocas e abraços que tu tanto gostas e com os quais nos divertimos tanto no final do dia.

Que grandes companheiros somos e seremos toda a vida.

Força nisso!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

The 1st day

"Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida", já dizia esse grande poeta da música e comuna, Sérgio Godinho.

E hoje foi mesmo o primeiro dia do resto da tua vida escolar meu filho. Apesar das tentativas de não querer ir para escola teve mesmo de ser.

Acordou mais cedo que o habitual, tal e qual quando éramos miúdos e íamos de férias no dia seguinte...nem dormíamos de noite com tanta excitação.

Pensava eu que com a farda nova (maior que ele) e com a mochila dos piratas a coisa fosse correr melhor, mas não foi.

Entre muitos "não quero ir para escola" antes de sair, lá nos sentamos um bocadinho no sofá e com muitos beijinhos e festinhas lá o tentei convencer de que tudo ia correr bem, que o iria buscar na hora do lanche e que ele ia portar-se bem.

Dizer a uma criança de 2 anos e meio que tudo vai correr bem, quando o temos de separar da mãe e das avós é igual a dizer que o vamos abandonar (na sua pequena cabeça).

Por isso foram inevitáveis as lágrimas na despedida (dele e não minhas que tive de ser forte).

Se não me custou? Custou claro, mas é a lei da vida e um dia isto teria que acontecer. Logo falaremos os dois sobre o dia de escola e vou perceber se ele gostou de alguém ou de alguma coisa, para que tenha uma referência todos os dias. Assim será mais fácil para mim e para ele, para tentarmos apaziguar as hostes.

A bisavó já perguntou "filha já ligas-te para a escola a saber se ele está bem?"....estas avós são mesmo um amor.

Já sei que o hoje a cabeça e o coração vão estar lá com ele, mas sei que está bem e está protegido.

Meu pequeno herói.... que seja sempre muito feliz!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Síndrome Pré-Escolar

Quando nos tornamos pais, tornamo-nos seres diferentes por fora e por dentro.
Há uma espécie de interruptor que é automaticamente activado, sem que tenhamos dado conta de tal facto.

No dia em que sabemos que "estamos grávidos" temos um misto de sentimentos. Alegria pela boa nova e logo de seguida um medo por não saber se vamos dar conta do recado, se conseguiremos corresponder ás expectativas do novo papel de pais. Compramos livros, revistas, manuais de instruções, enfim, damos em consumidores compulsivos de tudo o que a um filho/a diz respeito.

Durante os 9 meses de gravidez entramos numa contagem crescente e posteriormente decrescente para "rebentar a bolha" e termos em casa o pequeno ser para logo de seguida por em prática tudo o lemos e ouvimos de pais, avós, tios, primos, vizinhos, conhecidos e desconhecidos.

Sinceramente, achei importante ler e saber, assim como ouvir, mas o ser humano tem uma coisa fantástica a que chamamos "instinto maternal". Eu nem sequer sei onde aprendi tantas coisas, não foi a ler de certeza, nem sequer a praticar. As coisas saem naturalmente e sem que nada nos seja exigido. O amor encarrega-se de nos abrir caminho e dar dicas de como devemos fazer.

Não me considero uma mãe exemplar, se é que o há, mas sei que sou o melhor que sei ser, e penso que esteja a correr pelo melhor pois o meu S. nunca me larga e quem lhe tira a mãe tira-lhe tudo.

O tempo passa e o bébé que só comia e dormia, começou a palrar, a gatinhas, a ter dentes, a fazer palhaçadas, a andar, a correr, a falar pelo cotovelos e sentimo-nos abençoados pelo dom da vida.

O tempo passa por todos nós sem pedir licença. Assumimos um compromisso e não queremos que nada falhe.

O tempo passa e o bébé está crescido e começa amanhã o seu primeiro dia de escola a sério. Ainda não sei o que pensar, mas por dentro tenho um nervoso miudinho que não lhe quero transmitir. Quero que se sinta seguro e que perceba que não o estou a abandonar, que iremos estar juntos todos os dias como sempre e que o vou apoiar em tudo o que necessitar. Não vou negar que não tenho medo, porque o tenho, mas é um medo que me causa alguma estranheza, um medo que me provoca um nó na garganta e me dá vontade de chorar.

Vou deixá-lo na escolinha amanhã, mas vou deixá-lo entregue a outra mãe, à mãe do céu, à mãe Maria, para que olhe por ele como olhou pelo seu filho.

Ele há coisas difíceis de fazer, ou coisas que tornamos difíceis sem o serem.

Estarei sempre aqui para ti Litle S.