Ás vezes quero andar depressa, mas o tempo não me acompanha.
Ás vezes queria poder sonhar, mas a vida nem sempre me dá
matéria.
Ás vezes queria poder voar, mas depois lembro-me que não
tenho asas.
Ás vezes queria dar mais de mim, mas percebo que sou fraca.
Ás vezes gostava de amar mais, mas percebo que se não me amo
a mim não posso amar mais.
Ás vezes gostava que me elogiassem, mas depois penso que
nada há para elogiar.
Ás vezes gostava de ser uma excelente mãe, mas rapidamente
percebo que tenho muitas falhas.
Ás vezes gostava de ser uma excelente dona de casa, mas
percebo que não sou nada de especial, que há quem tenha muito mais jeito que
eu.
Ás vezes gostava de ser uma excelente esposa, mas sei que
sou apenas uma companheira que deve estar lá para o que for preciso e que tem
de entender tudo.
Ás vezes gostava de ser uma excelente profissional, mas
assim num abrir e piscar de olhos percebo que não sou nada, que tento, que me
esforço, que até acredito que se está a perder algo em mim…e lá está…sou um
pouco mais que nada.
Ás vezes gostava de não pensar tão negativamente, mas nem
sei bem como me motivar.
Ás vezes gostava de não sentir saudades, mas sinto tantas e
de algumas coisas que me fazem ser feliz.
Ás vezes gostava de ser mais do que madrastra, mas é isso
mesmo que sou….tenho de estar lá.
Ás vezes gostava de poder acordar e respirar de uma outra
forma, mas não tenho outra capacidade que não esta.
Ás vezes gostava que as minhas conversas fossem entendidas
de forma positiva, mas é fácil de perceber que nem sempre são e na maioria nem
sequer interessam.
Ás vezes gostava de ser a última bolacha do pacote, mas
bolas, estou numa palete e ainda há milhares de bolachas.
Ás vezes gostava, tão simplesmente isso….só gostava!