quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Síndrome Pré-Escolar

Quando nos tornamos pais, tornamo-nos seres diferentes por fora e por dentro.
Há uma espécie de interruptor que é automaticamente activado, sem que tenhamos dado conta de tal facto.

No dia em que sabemos que "estamos grávidos" temos um misto de sentimentos. Alegria pela boa nova e logo de seguida um medo por não saber se vamos dar conta do recado, se conseguiremos corresponder ás expectativas do novo papel de pais. Compramos livros, revistas, manuais de instruções, enfim, damos em consumidores compulsivos de tudo o que a um filho/a diz respeito.

Durante os 9 meses de gravidez entramos numa contagem crescente e posteriormente decrescente para "rebentar a bolha" e termos em casa o pequeno ser para logo de seguida por em prática tudo o lemos e ouvimos de pais, avós, tios, primos, vizinhos, conhecidos e desconhecidos.

Sinceramente, achei importante ler e saber, assim como ouvir, mas o ser humano tem uma coisa fantástica a que chamamos "instinto maternal". Eu nem sequer sei onde aprendi tantas coisas, não foi a ler de certeza, nem sequer a praticar. As coisas saem naturalmente e sem que nada nos seja exigido. O amor encarrega-se de nos abrir caminho e dar dicas de como devemos fazer.

Não me considero uma mãe exemplar, se é que o há, mas sei que sou o melhor que sei ser, e penso que esteja a correr pelo melhor pois o meu S. nunca me larga e quem lhe tira a mãe tira-lhe tudo.

O tempo passa e o bébé que só comia e dormia, começou a palrar, a gatinhas, a ter dentes, a fazer palhaçadas, a andar, a correr, a falar pelo cotovelos e sentimo-nos abençoados pelo dom da vida.

O tempo passa por todos nós sem pedir licença. Assumimos um compromisso e não queremos que nada falhe.

O tempo passa e o bébé está crescido e começa amanhã o seu primeiro dia de escola a sério. Ainda não sei o que pensar, mas por dentro tenho um nervoso miudinho que não lhe quero transmitir. Quero que se sinta seguro e que perceba que não o estou a abandonar, que iremos estar juntos todos os dias como sempre e que o vou apoiar em tudo o que necessitar. Não vou negar que não tenho medo, porque o tenho, mas é um medo que me causa alguma estranheza, um medo que me provoca um nó na garganta e me dá vontade de chorar.

Vou deixá-lo na escolinha amanhã, mas vou deixá-lo entregue a outra mãe, à mãe do céu, à mãe Maria, para que olhe por ele como olhou pelo seu filho.

Ele há coisas difíceis de fazer, ou coisas que tornamos difíceis sem o serem.

Estarei sempre aqui para ti Litle S.

3 comentários:

scorpiowoman disse...

Como é bom ler-te e encontrar eco dos meus próprios receios enquanto futura mãe, sentir que, afinal, não estou a ser assim tão tola quando penso "no que é que me fui meter? Será que vou dar conta do recado? Como vou fazer (perante "n" situações hipotéticas que discorrem na minha mente)". O pai da Maria Clara tranquiliza-me muito, mas o coração bate mais forte quando os receios surgem e se fazem sentir. Obrigada por me deixares mais tranquila :). Quanto ao primeiro dia de escolinha do S., tenho a certeza que será mais uma etapa ultrapassada com sucesso, pois bases para tal não lhe faltam e espírito também não. Vais ter ainda mais histórias e respostas giras para contar e partilhar e vê-lo crescer ainda mais senhor do seu nariz, mas sempre meiguinho e terno e apegado à Mãe, protegido por Ela e por ti :). Bem-vinda à blogosfera :). Beijinhos grandes <3!

branca disse...

Todos nós estamos com o coração nas mãos pelo 1º dia na escolinha nova,e eu melhor que ninguém sei mt bem como a "mãe Rita"se portou nas primeiras semanas qd a deixei no Colégio Amor de Deus com 3 anos,sem conhecer ninguém,ficava ela a chorar e eu saia com a lágrima nos olhos e o coração muito apertadinho,mas passou com tudo na vida passa, é só uma questão de habito p ambos,para todos...hoje lá fui eu"avó Branca"comprar a mochila com rodinhas dos PIRATAS p ele levar para a escolinha...por isso amanhã será um novo começo para o SANTI,mais uma nova etapa,tudo vai correr bem o seu ANJINHO"protetor lá vai estar sempre junto dele...

Ricardo Jorge disse...

O Meu Gongas também me senti mal pois ele não me largava, era ele a chorar para um lado era eu a chorar quando o tive de o largar custo mas foi pois faz parte da vida nós também sabemos o que passámos quando tinhamos a idade deles e para eles é um recomeço diferente sala nova amigos novos o meu Gongas sempre a dizer " Mãe eu não quero ficar vamos embora" Hoje foi outro dia a gritar a chorar e agarrado ao meu braço a puxar me com tanta força que tive de entrar na sala custa muitooo :(